terça-feira, 21 de abril de 2009

Texto MST..Subscrevo, apesar de ser um artigo muito soft

Caros Amigos

Aqui fica um texto sobre religiões, seguidores, crenças e afins.....
O que elas fazem á humanidade...depois rezam todos de mãos juntas....!!!



Os Papas gostam muito de ir a África. São viagens que asseguram sempre uma> grande cobertura mediática, estádios cheios de multidões com bandeirinhas> que não entendem nada do que o Papa lhes vai dizer nem estão lá para isso,> discursos de efeito fácil e inócuo contra a pobreza e o subdesenvolvimento> que ficam sempre bem à imagem de uma Igreja preocupada com questões> sociais. De caminho, os Papas não se preocupam nada ou quase nada com a> caução que dão às ditaduras que visitam, à corrupção que elas praticam e à> miséria que promovem.> > Quando João Paulo II visitou a Costa do Marfim, de que era ditador> Houphouet-Boigny, dormiu num edifício construído de propósito para o efeito> que custou 150 milhões de euros - o equivalente, talvez, ao PIB anual do> país, e construído ao lado da Catedral de Yamassoukro - do tamanho da> Basílica de S. Pedro, em Roma, toda em mármore, erguida em plena selva e> cujo custo ninguém conseguiu jamais estimar. E aí, no covil do ladrão,> abençoou o país e o seu Presidente e não se esqueceu de pregar a caridade> para a multidão de miseráveis a quem o regime local roubava o pão e a> escola para financiar a ostentação religiosa e o palácio particular do> VIIème em Paris onde Boigny gostava de passar o melhor do seu tempo.> > Também agora, vendo o ar feliz com que Bento XVI se passeou em Yaoundé, ao> lado do Presidente Biya, dos Camarões - corrupto e ditador, como manda a> tradição - e da sua contratada primeira-dama, constato que a tão elogiada> diplomacia duplamente milenar da Santa Sé continua a seguir a mesma regra> de sempre: o essencial é garantir que a Igreja Católica seja tolerada e de> preferência bem tratada onde quer que seja, nem que para isso o Papa tenha> de caucionar, visitar e abençoar aquilo que a decência mandaria evitar. Foi> assim, por exemplo, que João Paulo II, de visita à Indonésia, aceitou> deslocar-se a Timor, no auge da ocupação e da repressão (inclusive sobre a> Igreja Católica), porque, em contrapartida, lhe asseguraram uma existência> pacífica no maior país muçulmano do mundo.> > Para dizer com franqueza, por mais que a figura de Ratzinger afaste> qualquer simpatia - ao contrário do que sucedia com Woytila - o que Bento> XVI faz e diz em África não é substancialmente diferente do que fazia e> dizia João Paulo II: convoca a fé irracional das multidões, de que a Igreja> tanto gosta, prega a caridade em lugar da justiça social, e repete os> insustentáveis dogmas morais para um mundo que não existe e que hoje parece> ser o fundamental da mensagem de Roma. Se fosse só esta a mensagem que a> Igreja Católica tivesse para levar a África e a outras partes do mundo, há> muito que teria desaparecido do mapa. Mas, apesar da perda de influência> constante a favor daquilo a que Bento XVI chama "seitas", o que ainda> mantém a Igreja com uma força de influência moral em África é o trabalho,> muitas vezes invisível e até mal compreendido por Roma, que muitos> sacerdotes, missionários e comunidades cristãs desenvolvem no terreno, em> condições bem difíceis. Felizmente, aí vale aquele provérbio africano que> diz que "a palavra do chefe não passa além do rio". Aí, confrontados> diariamente com a doença e o sofrimento, vivendo num continente onde estão> 70% dos infectados com sida, os padres sabem que a sua obrigação, moral e> religiosa, é aconselhar o uso do preservativo e não fazer pregações> irresponsáveis e paternalistas a favor da abstinência, da fidelidade ou da> procriação como único fim da sexualidade.> > No curto espaço de três semanas, este infausto Papa, imposto por longas> manobras da cúpula 'negra' da Igreja Católica, conseguiu mostrar o pior de> si mesmo. Primeiro, levantou a excomunhão contra o arcebispo nazi inglês> Williamson e a sua seita anti-Vaticano II e apenas duas semanas depois de> ele ter repetido que o Holocausto era uma invenção dos judeus; depois,> defendeu e confirmou a excomunhão decretada pelo arcebispo de Olinda e> Recife contra a mãe e os médicos que procederam ao aborto de uma menina de> 9 anos (!), violada repetidamente e engravidada pelo padrasto, e que nem> sequer percebeu que estava grávida e tinha deixado de estar; enfim,> decretou, ao pisar África, que o preservativo não só não serve para atacar> a disseminação da sida como até "a pode agravar". E isto, em nome da> "vida". Que saberá o Papa da vida? Como é que algum católico, a começar por> ele próprio, pode acreditar que Deus fala por ele?> > Eu não gosto de Ratzinger, como se percebe. Não gostei do seu passado à> frente da Doutrina da Congregação e da Fé, onde se dedicou sempre a> perseguir o sector mais aberto e moderno da Igreja e a defender o sector> mais retrógrado e fechado. Ao mesmo tempo que fustigavam o preservativo, o> aborto em quaisquer circunstâncias e o sexo como direito natural das> pessoas, fecharam os olhos durante décadas ao deboche e à ignominiosa> perversão das paróquias, bispados e colégios católicos onde a pedofilia> homossexual sobre indefesos era lei e regra. E eles sabiam - tinham de> saber.> > A moral não é uma questão de fé nem de mandamento divino. Não é preciso ter> fé para se obedecer a um código de conduta com valores morais que todos> devemos ter. Por vezes até - como se vê com os pregadores extremistas do> Islão, do judaísmo ou do Papa Ratzinger - é a invocação da fé que acaba por> pretender legitimar o que é moralmente insustentável. Também a fé não> dispensa que se tente perceber quem os outros são, olhando-lhes para a> cara. A mim, bastou-me olhar para a expressão de Ratzinger, no primeiro> momento em que apareceu à janela de S. Pedro como Papa Bento XVI, para> perceber muita coisa: Deus não tinha nada a ver com aquilo; o que ali> estava inscrito transparentemente era uma expressão de pura cobiça> satisfeita, de deleite com o poder. E até hoje não o vi mudar de expressão,> apenas disfarçar, enquanto vai achando prudente, as ideias que desde sempre> foram as suas.> > Enquanto se ocupa a excomungar médicos que salvam a vida a uma criança> violada pelo padrasto, Bento XVI prepara-se fatalmente para dar sequência> ao que seria apenas uma anedota portuguesa, não fosse também uma> vampirização da nossa História: fazer de D. Nuno Álvares Pereira santo, só> porque uma senhora de Vila Franca de Xira se queimou com o óleo da cozinha,> rezou ao beato e curou-se... graças aos médicos que a assistiram e às> defesas do organismo. E fica em silêncio quando tantos devotos católicos e> financeiros, seguidores do também beato Escrivá de Balaguer, fundador da> Opus Dei, levaram o culto de vendilhões do templo a tal extremo que> conduziram o mundo a uma crise global e reduziram milhões de pessoas à> moderna escravidão do desemprego e da pobreza.> > Não, Deus não iluminou o conclave de Roma no momento de soltar fumo branco> por Ratzinger. Mas o pior é que o mundo que os rodeia também não os> inspirou em nada. E a consequência é que a Igreja Católica desertou de> onde, apesar de todos os seus humanos erros, faz falta.

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